quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O Caminho para o Tao


O Tao de que se pode falar não será o Tao eterno.

Se pudermos dar-lhe um nome, não será o Tao eterno.

Aquele que não tem nome é a origem do céu e da terra;

Aquele que tem nome é a mãe de todas as coisas.

Assim, quando estamos sem desejo podemos observar indescritíveis maravilhas;

Quando estamos demasiado ávidos, não vemos mais que vestígios.

Ambos provêm da mesma fonte,

Mas trazem nome diferente.

Ambos são chamados Misteriosos.

O mistério do Misterioso é a porta que dá acesso às maravilhas indescritíveis.



2 – O CONHECIMENTO DIALÉTICO



Se o mundo concorda sobre a beleza, é porque existe a feiura.

Se todos concordam sobre o bem, é porque existe o mal.

O “ser” e o “não ser” nascem um do outro;

O difícil e o fácil são complementares;

O longo e o baixo nascem por comparação;

O alto e o baixo são interdependentes;

O som e o silêncio estão em mútua harmonia;

O anterior e o posterior são correlativos.

É por isso que o Sábio entrega-se ao Não-agir, e ensina silenciosamente.

As coisas inumeráveis são feitas sem a menor palavra.

A Natureza dá nascimento, mas nada possui.

Ela age, mas não exige nenhuma submissão.

Ela tem mérito, mas não o reclama.

O fato de que ela nada pretende a torna indispensável.



3 – O GOVERNO DO SÁBIO



Não exaltar os homens de valor impede as pessoas de rivalizar;

Não ambicionar coisas raras impede as pessoas de roubar;

Não exibir o que possa ser desejável evita profanar o coração das pessoas.

É por isso que o Sábio dirige sua vida esvaziando seu coração, reforçando seu estômago,

Suavizando suas ambições, reforçando seus ossos.

Fazei sempre de modo que as pessoas não tenham conhecimento nem desejo;

Fazei de modo que os intelectuais não ousem interferir.

Que haja não ação e nada ficará fora da ordem.



4 – O VAZIO INESGOTÁVEL



O Tao é um vazio, mas, quando dele se faz uso, não se esgota jamais.

Ele é tão profundo que parece ser a fonte de todas as coisas.

Embota o que é agudo, resolve os problemas;

Torna difuso o brilho que ofusca, unifica o mundo;

Que profundidade! Parece que há aí qualquer coisa.

Não sei de onde ele saiu.

Dir-se-ia que sua existência é anterior à do Ancestral.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Papo - Furado

" - Iminência...
- Você quer dizer 'eminência'.
- O quê?
- Você disse 'iminência'. O certo é 'eminência'.
- Perdão. Sou um servo, um réptil, um nada. Uma sujeira no seu sapato de cetim. Mas sei o que digo. E eu quis dizer 'iminência'.
- Mas está errado! O tratamento correto é 'eminência'.
- Não duvido da sua eminência, monsenhor, mas o senhor também é iminente. Ou uma eminência iminente.
- Em que sentido?
- No sentido filosófico.
- Você tem dois minutos para explicar, antes que eu o excomungue.
- Somos todos iminentes, monsenhor. Vivemos num eterno devir, sempre às vésperas de alguma coisa, nem que seja o almoço ou a morte. À beira do nosso futuro como um precipício. A iminência é o nosso estado natural. Pois o que somos nós, se não expectativas?
- Você, então, se acha igual a mim?
- Nesse sentido, sim. Somos coiminentes.
- Com uma diferença. Eu estou na iminência de mandar açoitá-lo por insolência, e você está na iminência de apanhar.
- O senhor tem esse direto hierárquico. Faz parte da sua eminência.
- Admita que você queria dizer 'eminência' e disse 'iminência'. E recorreu à filosofia para esconder o erro.
- Só a iminência do açoite me leva a admitir que errei. Se bem que...
- Se bem que?
- Perdão. Sou um verme, uma meleca, menos que nada. Um cisco no seu olho, monsenhor. Mas é tão pequena a diferença entre um 'e' e um 'i' que o protesto de vossa iminência soa como prepotência. Eminência, iminência, que diferença faz uma letra?
- Ah, é? Ah, é? Uma letra pode mudar tudo. Um emigrante não é um imigrante.
- É um emigrante quando sai de um país e um imigrante quando chega em outro, mas é a mesma pessoa.
- Pois então,? Muitas vezes a distância entre um 'e' e um 'i' pode ser um oceano. E garanto que você terá muitos problemas na vida se não souber diferenciar um ônus de ânus.
- Isso são conjunturas.
- Você quer dizer 'conjeturas'.
- Não, conjunturas.
- Não é 'conjeturas' no sentido de especulações, suposições, hipóteses?
- Não. 'Conjunturas' no sentido de situações, momentos históricos.
- Você queria dizer 'conjeturas' mas se enganou. Admita.
- Eu disse exatamente o que queria dizer, monsenhor.
- Você errou.
- Não errei, iminência.
- Eminência! Eminência."


Por: Luis Fernando Veríssimo

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ameba rara que devora cérebro mata três nos EUA

Duas crianças e um adulto morreram nos últimos dois meses, nos Estados Unidos, infectados por uma ameba rara que devora o cérebro. Courtney Nash, de 16 anos, faleceu semana passada no estado da Virgínia. Ela é a segunda vítima registrada este mês; Christian Strickland, de nove, morreu uma semana após ser infectado na Flórida. O terceiro caso, registrado em Louisiana, foi de um homem jovem cujo nome não foi revelado.

A ameba devora o cérebro humano levando ao óbito em menos de uma semana. A contaminação acontece geralmente pelo nariz, porta de entrada da ameba que assim que se instala no corpo vai devorando as mucosas até chegar ao crânio e finalmente no cérebro.

Os três casos aconteceram nos EUA, nos estados de Flórida, Lousiania e Virgínia. Os primeiros sintomas são: dor de cabeça, rigidez no pescoço e febre. Depois que a Naegleria fowleri se instala no corpo começam as alucinações, mudanças de comportamento que podem levar ao coma e posteriormente ao óbito.

Embora seja considera rara a doença quase sempre é fatal. O fato de os três casos terem acontecido em regiões diferentes em um intervalo de tempo tão curto assusta as autoridades que já se preparam para uma possível epidemia.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Hipátia de Alexandria

Hipátia de Alexandria foi uma matemática e filósofa neoplatônica, nascida aproximadamente em 355 e assassinada em 415. O fato de Hipátia ser uma filósofa pagã (num meio predominantemente cristão) é tido como um dos fatores que contribuíram para que fosse assassinada.

Hipátia era filha de Téon, um renomado filósofo, astrônomo, matemático, autor de diversas obras e professor em Alexandria.

Criada em um ambiente de idéias e filosofia, tinha uma forte ligação com o pai, que lhe transmitiu, além de conhecimentos, a forte paixão pela busca de respostas para o desconhecido. Diz-se que ela, sob tutela e orientação paternas, submetia-se a uma rigorosa disciplina física, para atingir o ideal helênico de ter a mente sã em um corpo são.

Hipátia estudou na Academia de Alexandria, onde devorava conhecimento: matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia e artes. A oratória e a retórica também não foram descuidadas.

Quando adolescente, viajou para Atenas, para completar a educação na Academia Neoplatônica, onde não demorou a se destacar pelos esforços para unificar a matemática de Diofanto com o neoplatonismo de Amónio Sacas e Plotino, isto é, aplicando o raciocínio matemático ao conceito neoplatônico do Uno (mônada das mônadas).

Ao retornar, já havia um emprego esperando por ela em Alexandria: seria professora na Academia onde fizera a maior parte dos estudos, ocupando a cadeira que fora de Plotino. Aos 30 anos já era diretora da Academia, sendo muitas as obras que escreveu nesse período.

Um dos seus alunos foi o notável filósofo Sinésio de Cirene (370 - 413), que lhe escrevia freqüentemente, pedindo-lhe conselhos. Através destas cartas, sabemos que Hipátia desenvolveu alguns instrumentos usados na Física e na Astronomia, entre os quais o hidrômetro.

Sabemos também que desenvolveu estudos sobre a Álgebra de Diofanto ("Sobre o Cânon Astronômico de Diofanto"), tendo escrito um tratado sobre o assunto, além de comentários sobre os matemáticos clássicos, incluindo Ptolomeu. Em parceria com o pai, escreveu um tratado sobre Euclides.

Ficou famosa por ser uma grande solucionadora de problemas. Matemáticos confusos, com algum problema em especial, escreviam-lhe pedindo uma solução. E ela raramente os desapontava. Obcecada pelo processo de demonstração lógica, quando lhe perguntavam por que jamais se casara, respondia que já era casada com a verdade.

O seu fim trágico se desenhou a partir de 412, quando Cirilo foi nomeado Patriarca de Alexandria, título de dignidade eclesiástica, usado em Constantinopla, Jerusalém e Alexandria. Ele era um cristão intransigente, que lutou toda a vida defendendo a ortodoxia da Igreja e combatendo as heresias, sobretudo o Nestorianismo.

O reinado de Teodósio (379-392) marca o auge de um processo de transformação do Cristianismo, que efetivamente se torna a religião oficial do estado. Em 391, atendendo pedido do então Patriarca de Alexandria, Teófilo, ele autorizou a destruição do Templo de Serápis, um vasto santuário pagão onde eram oferecidos sacrifícios de sangue, segundo os relatos dos historiadores contemporâneos Sozomeno e Tirânio Rufino.

Embora a legislação de 393 procurasse coibir distúrbios, surtos de violência popular entre cristãos e judeus tornaram-se cada vez mais frequentes em Alexandria, principalmente após a ascensão de Cirilo ao Patriarcado.

De acordo com o relato de Sócrates, o Escolástico, numa tarde de março de 415, quando regressava do Museu, Hipátia foi atacada em plena rua por uma turba de cristãos enfurecidos. Ela foi golpeada, desnudada e arrastada pelas ruas da cidade até uma igreja. No interior do templo, foi cruelmente torturada até a morte, tendo o corpo dilacerado por conchas de ostras (ou cacos de cerâmica, segundo outra versão). Depois de morta, o corpo foi lançado a uma fogueira.

Segundo o mesmo historiador, tudo isto aconteceu pouco tempo depois de Orestes, prefeito da cidade, ter ordenado a execução de um monge cristão chamado Amónio, ato que enfureceu o bispo Cirilo e seus correligionários. Devido à influência política que Hipátia exercia sobre o prefeito, é bastante provável que os fiéis de Cirilo a tivessem escolhido como uma espécie de alvo de retaliação para vingar a morte do monge.

Neste período em que a população de Alexandria era conhecida pelo seu caráter extremamente violento, Jorge de Laodiceia (m. 361) e Protério (m. 457), dois bispos cristãos, sofreram uma morte muito similar à de Hipátia: o primeiro foi atado a um camelo, esquartejado e os seus restos queimados; o segundo arrastado pelas ruas e atirado ao fogo.

Dito isto, a eventual relação de Cirilo com o ocorrido continua a ser motivo de alguma controvérsia entre os historiadores. Embora Sócrates e Edward Gibbon afirmem que o episódio trouxe opróbrio para a Igreja de Alexandria, não mencionam qualquer envolvimento direto do patriarca.

O filósofo pagão Damáscio, por sua vez, atribui explicitamente o assassinato ao patriarca, que invejaria Hipátia. Contudo, a Enciclopédia Católica lembra que Damáscio escreveu cerca de um século depois dos fatos e que os seus escritos manifestam certo pendor anticristão. As últimas pesquisas crêem que o homicídio de Hipátia resultou do conflito de duas facções cristãs: uma mais moderada, ao lado de Orestes, e outra mais rígida, seguidora de Cirilo.

Decameron

Esta obra é considerada um marco literário na ruptura entre a moral medieval, em que se valorizava o amor espiritual, e o início do realismo, iniciando o registro dos valores terrenos, que veio redundar no humanismo; nele não mais o divino, mas a natureza, dita o móvel da conduta do homem. Foi escrito em dialeto toscano.

Decameron (vocábulo com origem no grego antigo: deca, "dez", hemeron, "dias", "jornadas") é uma coleção de cem novelas escritas por Giovanni Boccaccio entre 1348 e 1353.

Com subtítulo de Príncipe Galeotto, o Decamerão marca com certa nitidez o período de transição vivido na Europa com o fim da Idade Média, após o advento da Peste Negra — aliás, é neste período de terror que a narrativa se passa.

Dez jovens (sete moças e três rapazes) fogem das cidades tomadas pela pandemia que dizimava impiedosamente o continente europeu ao se recolherem a uma casa de campo. Aconselhados por Pampinéia, a mais velha entre as mulheres, estabaleceram que escolheriam um chefe para o grupo para cada dia. Sendo ela a primeira escolhida, definiu: "(...) Para os que vierem depois, o processo de escolha será o seguinte: quando se vier aproximando a hora do surgimento de Vênus, no céu, à tarde, o chefe será, à vez de cada um, escolhido por aquele, ou aquela, que estiver comandando durante o dia.(...)"

O Decamerão, rompendo com a mítica literatura medieval, é considerado o primeiro livro realista da literatura.

As circunstâncias descritas em Decamerão têm o senso medieval de numerologia e significados místicos. Por exemplo, é amplamente acreditado que as sete moças representam as Quatro Virtudes Cardinais (Prudência, Justiça, Fortaleza, Temperança) e as Três Virtudes Teologais (Fé, Esperança e Caridade). E mais além é suposto que os três homens representam a Divisão da Alma em Três Partes (Razão, Ira e Luxúria) da tradição helênica.

As moças tinham idade entre 18 e 28 anos, eram bonitas e de origem nobre, e seu comportamento honesto. Agrupadas por acaso na igreja de Santa Maria Novela, resolvem continuar juntas e logo surgem três moços, com idade a partir dos 25 anos, agradáveis e bem educados, que procuravam suas amadas, que eram 3 das moças ali reunidas.

A Peste

A narrativa oferecida por Boccaccio sobre o flagelo da peste negra que dizimara a Europa constitui um verdadeiro documento acerca desta praga que devastara o continente. Seu relato ilustra a doença (suas manifestações, evolução, sintomas, etc), bem como a reação das pessoas diante da perspectiva de uma morte horrenda, a ineficácia da religião católica dominante até aquele momento e de uma medicina quase ou totalmente ineficaz...

Um exemplo de sua descrição da peste dá-se logo no início da obra, pois ela (a peste) é a verdadeira razão de todo o livro:

 “...tínhamos já atingido o ano ... de 1348, quando, na mui importante cidade de Florença... sobreveio a mortífera pestilência... nenhuma prevenção valeu, baldadas todas as providências dos homens... Nem conselho de médico, nem virtude de mezinha alguma parecia trazer a cura ou proveito para o tratamento. A peste, em Florença, não teve o mesmo comportamento que no Oriente. Neste, quando o sangue saía pelo nariz, fosse de quem fosse, era sinal evidente de morte inevitável... apareciam no começo, tanto em homens como em mulheres, ou na virilha ou na axila, algumas inchações... a que chamava o povo de bubões... - passava a repontar e a surgir por toda a parte. Em seguida, o aspecto da doença começou a alterar-se; apareciam manchas escuras ou pálidas nos doentes. Nuns, eram grandes e espalhadas; noutros, pequenas e abundantes."

Estimando as vítimas em Florença e arredores em cem mil mortos, o autor revela também dois tipos principais de conduta: um, da luxúria desenfreada (as pessoas que passavam a beber e entregar-se aos prazeres); outro, onde pessoas se recolhiam, fechadas em grupos, orando e praticando o ascetismo — além de tantos que agiam entre estes dois tipos, adotando condutas intermediárias. Numerosas levas de gente saíam das cidades, vagando pelos campos, reunindo-se nas igrejas. Foi numa delas que se encontrou o inusitado grupo que serve como narrador do Decamerão.

Autores influenciados pela obra

A forma inovadora e realista na qual os contos foram escritos por Boccaccio fez com que o Decamerão se tornasse uma fonte de referência para muitos escritores vindouros.
 O primeiro conto (que fala do falso São Ciappelletto) foi depois vertido para o latim por Olímpia Fulvia Morata, e depois por Voltaire. Molière usou esta segunda tradução para criar a personagem título do seu Tartufo.

Martinho Lutero revisa o segundo conto, no qual um judeu se converte ao catolicismo após visitar Roma e ver a corrupção da hierarquia católica. Mas na sua versão ele e Philipp Melanchthon tentam converter o judeu em visita a Roma.

 A parábola dos anéis (terceiro conto) está presente na obra de Gotthold Ephraim Lessing, em seu livro Nathan der Weise — um apelo à tolerância religiosa. Numa carta a seu irmão, datada de 11 de agosto de 1778 ele diz claramente ter conseguido sua história no Decamerão. Jonathan Swift também utilizou esta mesma história para “A Tale of a Tub”, seu primeiro trabalho publicado, uma bem humorada sátira religiosa.

Shakespeare fez uma tradução para o inglês do conto Frederico de Jennen, cujo enredo foi baseado no nono conto da segunda jornada. E O Mercador de Veneza teve clara influência do nono conto da terceira jornada.

Antonio Vivaldi escreveu a sua ópera Griselda sobre o argumento da décima novela da décima jornada.

 Molière e Félix Lope de Vega usaram o terceiro conto da terceira jornada como bases para suas respectivas peças teatrais: L'ecole de maris e Discreta enamorada.

 Percy Bysshe Shelley, Alfred Tennyson, e muitos outros beberam na fonte do Decamerão em muitas de suas obras — uma influência que perpassa através dos séculos e das escolas literárias.

Fontes do Decamerão

Não apenas Boccaccio influenciou os pósteros, foi ele próprio influenciado por outros autores, não apenas italianos, franceses e latinos — alguns de seus contos parecem ter sua origem remota em lugares como a Espanha, Pérsia, Índia, etc.

Como exemplo, temos o quinto conto da segunda jornada, que fala de Andreuccio, remonta aos contos efésios, de Xenofonte de Éfeso. Até mesmo a sua descrição da Peste Negra não é original: baseia-se na História gentis Langobardorum, de Paulo, o Diácono, que viveu no oitavo século.

Alguns estudiosos sugerem, além disso, que muitos dos contos, para os quais não há uma referência anterior, basearam-se em versões que circulavam na tradição oral local, e que Boccaccio teria sido apenas o primeiro a registrá-los. O próprio autor diz ter ouvido alguns daqueles contos: é o caso do primeiro conto da sétima jornada que disse ter ouvido, quando criança, ser contado por uma velha mulher.

Este caráter de falta de originalidade na criação das histórias não implica dizer que Boccaccio os tenha reproduzido mecanicamente. Ele os recontou, trazendo-os para a linguagem atual do seu tempo; noutros casos reuniu duas histórias sem conexão entre si, formando uma terceira toda própria (como no segundo conto da segunda jornada, e no sétimo conto da sétima).

Além disso, muitos dos personagens realmente existiram como Giotto di Bondone, Guido Cavalcanti, Saladino e o Rei Guilherme II, da Sicília. Estudiosos conseguiram averiguar mesmo a existência de personagens menos conhecidos, como os famosos malandros Bruno e Buffalmacco, e a sua vítima, Calandrino. Outros personagens fictícios foram baseados em pessoas reais, como a Senhora Fiordaliso (conto 5 da 2ª jornada), que baseia-se numa Senhora Flora, que viveu em Nápoles. Mas não se pode deduzir que, tendo existido a pessoa, seja verdadeiro o fato narrado no Decamerão. Boccaccio intencionalmente muitas vezes confunde a História (caso do conto 3, 2ª jornada) e a Geografia (conto 2, 5ª jornada).

Os contos do Decamerão ultrapassam seus antecedentes, em complexidade, qualidade e capacidade narrativa. Embora muito poucos deles sejam longas narrativas, têm como características diálogos verossímeis, que prendem a atenção do leitor, de forma que suas ações e conclusão sejam perfeitamente lógicas em seu contexto.

Boccaccio também tornava as histórias que eram já conhecidas mais complexas e inteligentes. Um claro exemplo disso é o sexto conto da nona jornada, baseada num conto do francês Jean de Boves, em que desce a detalhes ao narrar às mudanças de camas ocorridas durante a noite, bem como a passagem da esposa do anfitrião por todas elas — que são elementos criados por Boccaccio, tornando a história mais humorística e complexa.

Fonte: Wikipédia

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Felicidade

Só a leve esperança em toda a vida
Disfarça a pena de viver, mais nada;
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.

O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.

Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,

Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.

Do livro Poemas e canções


De Vicente de Carvalho

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

INSS reconhece que há erros na lista da correção pelo teto

Previdência estuda como incluir aposentados com direito que ficaram de fora da revisão

Rio - O INSS reconheceu ontem que pode haver erros na listagem dos aposentados e pensionistas com direito à correção pelo teto. A lista que está no site da Previdência informa quem receberá o reajuste que varia até 39,35%. Mas há casos de segurados com direito que acessaram a página ou ligaram para a Central 135 e foram informados de que não estão incluídos entre os 117 mil beneficiários com o aumento que será pago na folha de agosto.

O INSS informou que vai estudar como incluir esses segurados. A orientação do instituto é a de que os aposentados aguardem o pagamento para confirmar a falha.

A Confederação dos Aposentados (Cobap) junto com o Sindicato Nacional, da Força Sindical, vão cobrar do ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, e do presidente do INSS, Mauro Hauschild, a inclusão dos segurados com direito que ficaram de fora da relação. O pedido será feito na reunião marcada para a próxima terça-feira, em Brasília.

“A Cobap e o sindicato vão organizar lista com o nome de segurados que ficaram fora do pagamento administrativo, bem como aqueles com doenças crônicas e que devem ter prioridade nos atrasados. Vamos levar essas questões para a reunião”, antecipou Warley Martins, presidente da Cobap.

Pedido para antecipar 13º em julho

A Cobap também levará para a mesa de discussões com o ministro Garibaldi Alves Filho a definição de um calendário fixo de pagamentos da primeira parcela do 13º salário, para ser seguido até 2015, quando termina o mandato de Dilma Rousseff. A ideia é antecipar o depósito para o mês de julho.

Este ano, os beneficiários do INSS receberão a primeira parcela do 13º salário a partir de agosto. Os pagamentos serão efetuados de acordo com o número final do cartão do benefício até o dia 8 de setembro.

Para saber a data correta do pagamento o segurado deve acessar www.previdencia.gov.br, no link ‘Agência Eletrônica: Segurado’.

AÇÃO DO TETO

QUEM TEM DIREITO
Têm direito à revisão do teto apenas pessoas com benefício concedido entre 5 de abril de 1991 e 31 de dezembro de 2003, que contribuíam com o valor máximo previdenciário à época, e que tiveram o ganho limitado ao teto na data da concessão do benefício. 
Consulte aqui 

CARTA DE CONCESSÃO
Segurados devem verificar se na carta de concessão do benefício vem a inscrição ‘Limitado ao Teto’. O aposentado deve observar também se o ganho superava o valor de R$ 1.081,50 (no ano de 1998) ou de R$ 1.869,34 (em 2004).

FORA DO PAGAMENTO
Não terão direito à correção administrativa os benefícios com data de início anterior a 5 de abril de 1991 e posterior a 31 de dezembro de 2003; os aposentados que não tiveram o ganho limitado ao teto previdenciário na data da concessão; os precedidos de benefícios (como auxílio doença) com data de início anterior a 5 de abril de 1991; os de valor equivalente a um salário-mínimo; os benefícios assistenciais (Prestação Continuada) e os concedidos a trabalhadores rurais.

SÓ NA JUSTIÇA
Estão de fora e devem recorrer à Justiça aposentados pela proporcional ou com benefício obtido entre 88 e 91.
Fonte: O Dia

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O Vinho


Definição de Vinho


O vinho (do grego antigo ονος através do latim vīnum, que tanto podem significar "vinho" como "videira") é, genericamente, uma bebida alcoólica produzida por fermentação do sumo de uva.

Benefícios do vinho

Benéfico para Pulmões - Wine funciona como antioxidante para seus pulmões. Controle de vinho e de reparação e função pulmonar.

Benéfico para o coração - Vinho é benéfico para o coração. Vinho diminui as chances de ataques cardíacos. Vinho também limpa os vasos sanguíneos e controla a doenças cardíacas.

Benéfico para a Prevenção do Câncer - Vinho salvá-lo de doenças do câncer.

Benéfico para Bones - Wine dá força para seus ossos, é muito benéfico para as mulheres.

Benéfico para Aging Treatment - Wine limpa o seu envelhecimento, que funciona como a medicina anti envelhecimento.

Benéfica para o tratamento da úlcera - Vinho ajuda a reduzir as úlceras.

Frases sobre o vinho:


"In vino, veritas" (No vinho, a verdade) (Plínio, o Velho).

"Nas vitórias, é merecido, mas nas derrotas é necessário" (Napoleão Bonaparte, sobre o Champanhe).

"Os vinhos são como os homens: com o tempo, os maus azedam e os bons apuram." (Cícero).

"O vinho é a prova constante de que Deus nos ama e nos deseja ver felizes." (Benjamin Franklin).

"O vinho revela os sentimentos." (Horácio).

"O vinho faz esquecer as maiores preocupações." (Sêneca).

"Com o vinho se alimentam as forças, o sangue e o calor dos homens." (Plínio, o velho).

"O bom vinho é um camarada bondoso e de confiança, quando tomado com sabedoria." (William Shakespeare).

"O vinho e a música sempre foram para mim um magnífico saca-rolhas." (Anton Pavlovitch Tchékhov).

"O vinho é o amigo do moderado e o inimigo do beberrão." (Avicena).

"O vinho consola os tristes, rejuvenesce os velhos, inspira os jovens, alivia os deprimidos do peso das suas preocupações." (Lord Byron).

"O vinho que se bebe com medida jamais foi causa de dano algum." (Miguel de Cervantes).

"O vinho foi dado ao homem para acalmar suas fadigas." (Eurípedes).

"O vinho é composto de humor líquido e luz." (Galileu Galilei).

"Vence as preocupações com o vinho." (Petrônio).

"O vinho é o sangue da terra." (Plínio).

Tipos de Vinho

1. Vinhos brancos
2. Vinhos Blush
3. Vinho de fruta ou Wine Country
4. Vinhos não alcoólicos
5. Vinhos espumantes



Tipos de Vinho Tinto

1. Merlot
2. Pinot Noir
3. Cabernet Sauvignon
4. Syrah ou Shiraz
5. Zinfandel

Tipos de Vinho Branco

1. Chardonnay
2. Muscat
3. Riesling
4. Gewurztraminer
5. Sauvignon Blanc

Os dez melhores vinhos de 2009
1. Adega Cakebread
2. Jordan Vineyard & Winery
3. Ferrari-Carano Winery
4. Veuve Clicquot
5. Chateau Ste. Michelle
6. Rombauer Wine Vinhedos
7. Prata Wine Oak Wine Cellars
8. Robert Mondavi Winery
9. Kendall-Jackson Wine
10. Sonoma-Cutrer Wine

Melhor Vinho do mundo

Franz Haas, Traminer aromático.  

Os dez vinhos mais caros do mundo

1. Château Lafite Rothschild 1787
Valor: $156.450
Dezembro de 1985, Christie’s, Londres

2. Château d’Yquem 1811
Valor: $100.000
Fevereiro de 2006, Antique Wine Company, Londres

3. Penfolds Grange Hermitage 1951
Valor: $50.200 dólares australianos (aproximadamente US$38,420)
Maio de 2004, Melbourne, Austrália

4. Cheval Blanc 1947
Valor: $33.781 por uma garrafa de 750 ml. ($135,125 por 3 garrafas)
Julho de 2006, Vinfolio, San Francisco

5. Château Mouton-Rothschild 1945
Valor: $28.750
Setembro de 2006 – Christie’s, Los Angeles

6. Inglenook Cabernet Sauvignon Napa Valley 1941
Valor: $24.675 / garrafa
Outubro de 2004 – Zachys, Los Angeles

7. Montrachet Domaine de la Romanée Conti 1978
Valor: $23.929 / garrafa
 2001 – Sotheby’s, Nova Iorque

8. DRC Romanée Conti 1934
Valor: $20.145 / garrafa
Junho de 2006 – Hart Davis Hart, Chicago

9. Hermitage La Chapelle 1961
Valor: $ 20.130 / garrafa (lote de 12 garrafas por 123.750 libras)
Setembro de 2007 – Christie’s, Londres

10. DRC Romanée Conti 2003
Valor: $4.650 / garrafa