O
Montanismo foi um movimento cristão fundado por Montano por volta de 156-157
(ou 172), que se organizou e difundiu em comunidades na Ásia Menor, em Roma e
no Norte de África. Por ter se originado na região da Frígia, Eusébio de Cesaréia
relata em sua História Eclesiástica (V.14-16) que ela era chamada de Heresia
Frígia na época.
História
Citando
Apolinário de Hierápolis, Eusébio afirma que Montano teria nascido na Frígia
(Ásia Menor Romana, hoje Turquia), Montano afirmava possuir o dom da profecia,
e que havia sido enviado por Jesus Cristo para inaugurar a era do Paráclito.
Duas mulheres que o acompanhavam, Priscila (ou Prisca) e Maximila, afirmavam
que o Espírito Santo falava através delas. Durante os seus êxtases anunciavam o
fim iminente do mundo, conclamando os cristãos a reunirem-se na cidade de
Pepusa, na Frígia, onde surgiria a Jerusalém celeste, uma vez que uma nova era
cristã se iniciava com esta nova revelação divina.
O seu
adepto mais famoso foi Tertuliano (c. 170-212), um dos primeiros doutores da
Igreja, autor de inúmeras obras em defesa da Cristandade. Em torno de 210,
insatisfeito com o pensamento cristão e suas práticas, uniu-se ao Montanismo,
sendo considerado herético, embora não haja evidências concretas de que tenha
fundado uma seita própria.
As
perseguições à seita aumentaram sensivelmente durante o governo do imperador
Constantino I, que contra ela expediu severos decretos imperiais. O movimento
perdurou, entretanto, até ao século VIII.
Características
O movimento
caracterizou-se como uma volta ao profetismo, pretendendo revalorizar elementos
esquecidos da mensagem cristã primitiva, sobretudo a esperança escatológica.
Propunha um rigoroso ascetismo, visando à preparação para o momento final,
preceituando-se a castidade durante o casamento e proibindo-se as segundas
núpcias.
No plano alimentar instituiu-se o jejum durante duas semanas por ano e
a xerofagia (consumo de alimentos secos), sem o consumo de carne. Negavam a
absolvição aos réus de pecados graves (mesmo após o batismo com confissão e
arrependimento). As mulheres eram obrigadas ao uso de véu nas funções sagradas.
Recomendava-se aos fiéis que não fugissem às perseguições e que se oferecessem
voluntariamente ao
martírio.
Os
Montanistas viviam separados da igreja ortodoxa, denominando-se como
"pneumáticos" (inspirados pelo sopro do espírito), em oposição aos
demais cristãos, considerados "psíquicos" ou racionalistas.
Os
primeiros sínodos ocuparam-se do Montanismo e vários apologistas o atacaram,
uma vez que se temia a violência anti-romana da seita, cuja busca deliberada
pelo martírio era percebida como um perigo para a paz entre a cristandade e o
Estado. A Igreja, então já suficientemente organizada, reprimia ainda a
inspiração profética que terminou se refugiando entre as seitas.
A resistência
que o Montanismo impunha à instituição eclesiástica, tornava-o perturbador à
hierarquia, uma vez que o movimento respondia às necessidades e anseios de
largas camadas cristãs, desiludidas ante o retardamento da parusia, razão de sua
rápida expansão. Considera-se por fim, que as violentas oposições que suscitou
no meio cristão romano demonstram que não se tratava apenas de uma simples
resistência à heresia, mas sim de um conflito teológico entre a igreja de Roma
(Ocidente) e a Asiática (Oriente), da qual o Montanismo surgia como um
desenvolvimento natural.
Parusia
Segunda vinda
de Cristo, Segundo Advento, com o significado imediato e simples de
"presença” (transliterado=parousia do grego) é termo usualmente empregado
com a significação religiosa sobre a "volta gloriosa de Jesus Cristo, no
final dos tempos, para presidir o Juízo Final", conforme crêem as várias
religiões cristãs e muçulmanas, inclusive sincréticas e esotéricas.
As
especificidades sobre o tema são definidas individualmente por cada religião ou
expressão religiosa, conforme a sua crença, com pontos semelhantes e não tão
semelhantes.