Segundo Abraham Maslow, professor de Harvard, todos os seres
humanos nascem com um senso inato de valores pessoais positivos e negativos.
Somos atraídos por valores pessoais positivos tais como justiça, honestidade,
verdade, beleza, humor, vigor, poder (mas não poder abusivo), ordem (mas não
preciosismo ou perfeccionismo), inteligência (mas não convencimento ou
arrogância). Da mesma forma, somos repelidos por injustiça, morbidez, feiura,
fraqueza, falsidade, engano, caos etc. Maslow também declara que valores pessoais
positivos são definíveis somente em termos de todos os outros valores pessoais
positivos - em outras palavras, não podemos maximizar qualquer virtude e deixar
que ela contenha quaisquer valores pessoais negativos sem repulsa.
Por exemplo, a beleza que está associada com o engano se
torna repulsiva. A justiça associada com a crueldade é repulsiva. Esta
capacidade inata de sentir atração ou repulsão é o fundamento da moralidade -
em outras palavras, sentimentos bem entendidos formam a capacidade interior com
a qual nascemos para chegar ao que pensamos ser bom/mau e certo/errado.
Este ponto de vista contrasta agudamente com alguns
ensinamentos extremistas de algumas religiões e ideais políticos, que querem
estabelecer o que é moral - que os humanos nascem num vácuo moral e que é
somente a autoridade quem pode dizer aos seres humanos o que é certo e errado.
A exploração extremista dos sentimentos aumenta na medida em que os sentimentos
não são apenas distinguidos, mas mesmo separados do pensamento crítico.
Algumas religiões, entretanto (algumas correntes atuais do
cristianismo), acreditam que o ser humano nasce com princípios morais a ele
inatos, e nele colocados por Deus. E que a "imagem e semelhança" ao
Deus criador, citada no livro de Gênesis da Bíblia cristã, se referiria na
verdade à imagem e semelhança moral a esse Deus criador, e não à aparência
física do Deus cristão. Chegando a uma conclusão próxima à de Abraham Maslow,
porém não científica.
Atualmente o termo sentimento é também muito usado para designar
uma disposição mental, ou de propósito, de uma pessoa para outra ou para algo.
Os sentimentos assim seriam ações decorrentes de decisões tomadas por uma
pessoa.
Por exemplo, o amor não é o conjunto de emoções (sensações
corporais) que a pessoa sente por outra ou algo, mas o ato de sempre decidir
pelo bem ou a favor de outro ou algo, independente das circunstâncias. As
sensações físicas sentidas surgem como consequência da decisão de amar. Este
sentimento é chamado por muitos estudiosos como ágape, ou amor ágape. Já as
sensações que a atração física que uma pessoa sente por outra produzem em
alguém, não podem ser chamadas de amor, ou de algum tipo de sentimento, mas
apenas emoções (sensações corporais), consequentes do instinto que levou essa
pessoa a sentir atração física pela outra.
Nesta concepção, um sentimento é uma decisão (disposição
mental) que alguém toma em sua mente, ou alma, ou espírito, a respeito de
outrem ou algo. Por este conceito, toda e qualquer palavra que denota emoções
quando usada, pode ser classificada como sentimento quando se refere a algo que
podemos ou não escolher fazer (se é um ato pode-se cometê-lo ou não, não é um
instinto fora do controle da consciência), ou seja, que possua uma forma
verbal. Exemplos:
Amor - Amar (pode-se ou não cometer o ato de amar, a si
mesmo, a outrem ou a algo);
Ódio - Odiar (pode-se ou não cometer o ato de odiar, a si
mesmo, a outrem ou a algo);
Alegria - Alegrar (pode-se ou não cometer o ato de alegrar,
a si mesmo, a outrem ou a algo);
Tristeza - Entristecer (pode-se ou não cometer o ato de
entristecer, a si mesmo, a outrem ou a algo); e outros...
Estes sentimentos (estas decisões ou disposições mentais),
porém, vão promover emoções no corpo que, estas sim, serão sentidas. Por isso,
uma pessoa que ama outra, por haver tomado essa decisão de amar essa outra,
mesmo depois de sofrer algum mal cometido pela pessoa amada, pode continuar
amando-a, muitas vezes sem entender como pode amar ao mesmo tempo em que sente
a emoção característica do momento da ira, ou da dor da traição, ou alguma
outra emoção que, racionalmente, poderia conduzir a pessoa que ama a querer
deixar de amar.